Pela primeira vez em oito anos, comércio com a China fica abaixo dos 50% do total
Autor:Daniel Machado
Com uma queda de US$ 519 milhões (R$ 3,14 bilhões), correspondente a -17% em relação a 2023, as exportações do Tocantins em 2024 registraram o terceiro maior valor da história, com quase 2,5 bilhões (mais de R$ 15 bilhões). Além de ficar atrás do ano anterior, os valores em dólar estão abaixo do apurado em 2022 – em ambas oportunidades o Tocantins havia superado, por pouco, a barreira dos US$ 3 bilhões.
A exceção dos últimos três anos, o Estado jamais vendeu para o exterior valores superiores a US$ 2 bilhões. Do total comercializado, 54% corresponde a soja, que com 3 milhões de toneladas exportadas foi responsável por gerar US$ 1,34 bilhão. O montante e a quantidade, porém, são bem menores que em 2023, quando o Estado vendeu mais de 3,6 milhões de toneladas da oleaginosa para o exterior por US$ 1,9 bilhão.
Em alta, a carne bovina alcançou 18% das exportações, com 109 mil toneladas vendidas para o exterior por US$ 454 milhões. Na comparação com 2023, o crescimento foi de 10% em dinheiro e 17% em volume.
Milho despenca
Os mesmos problemas climáticos que atrasaram o plantio da soja na safra 2023/2024 complicaram a lavoura de milho, acarretando na diminuição drástica das exportações do cereal. Além disso, pelo lado positivo, o consumo interno e o aumento da industrialização da produção no Estado aumentaram e isso faz com que as vendas externas caiam. Em 2024, as exportações de milho corresponderam a 7% do total, com 914 mil toneladas comercializadas por US$ 182 milhões. No ano anterior, o milho tinha ficado à frente da carne pela primeira vez na história – 1,8 milhão de toneladas exportadas por mais de US$ 448 milhões.
China lidera disparada, mas abaixo dos 50%
A China segue sendo, disparada, a principal parceira comercial do Tocantins, com US$ 1,18 bilhão comprados do Estado em 2024. Contudo, essa é a primeira vez desde 2016 que o gigante asiático termina o ano com menos de 50% das exportações. Os chineses foram os maiores compradores de soja e carne, mas, diferente de 2023, praticamente não compraram milho do Estado no ano passado.
Muito atrás da China, na segunda colocação entre os parceiros do Estado vem a Espanha com 7% e, na terceira posição, a Suíça, com 5%.
Créditos:NORTE AGROPECUÁRIO